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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Congregação Cristã no Brasil

A Congregação Cristã no Brasil é uma comunidade de origem norte-americana que está presente em território nacional desde 1910, trazida pelo italiano Louis Francescon.

Índice
1 Origem
1.1 A Congregação Cristã em outros países
1.1.1 A Congregação Americana
1.1.2 Congregação Cristã em Portugal
2 Doutrina
3 Práticas
3.1 Culto
3.2 Ministérios
3.3 Cargos
3.4 Organização
3.5 A Orquestra
3.6 Política
3.7 Mídia

Origem
No final do Século XIX, o italiano Louis Francescon recebeu, segundo seu relato,[1] uma revelação acerca do batismo por imersão, que lhe advertia por não ter cumprido esse Sacramento deixado por Jesus Cristo. Tal doutrina o separou e a alguns mais do grupo Presbiteriano-valdense ao qual pertenciam, que não a aceitou.

Tempos depois, em 1907 na cidade de Chicago, na 943 W. North Ave (semelhantemente à Rua Azuza em Los Angeles, CA), havia uma missão que anunciava a Promessa do Espírito Santo com evidência de se falar novas línguas. Francescon visitou aquele serviço a convite e teria recebido, conforme suas palavras,[1] uma confirmação Divina de que aquela Obra era de Deus; prontamente o grupo que o acompanhava uniu-se aquela irmandade, a maioria recebendo o Dom de se falar línguas diferentes. Estavam reunidas as doutrinas dos Batismos da água e do Espírito.

Vindo para o Brasil em 20 de abril de 1910, Francescon realizou o primeiro batismo em Santo Antonio da Platina, Paraná, batizando o italiano Felicio Mascaro e mais dez pessoas; depois dirigiu-se para a cidade de São Paulo, onde foram batizadas mais vinte pessoas. Durante alguns anos, os fiéis reuniram-se sem denominação e após adquirirem o primeiro prédio, na cidade de São Paulo, foi escolhido o nome "Congregação Christã do Brasil", oficializado quando da realização da Convenção, em 1936. Alterado nos anos 1960 por questões internas substituiu-se a contração "do" pela contração "no".

Possuiu maioria italiana até a década de 1930, e desde então, passaram a preponderar as demais etnias; desde 1950 está presente em todo território brasileiro e em diversos países. Em 2007 reportou 16.926 igrejas Brasil[2] em 2000 havia cerca de 2,4 milhões de membros declarados no Brasil.

Sua igreja central é estabelecida em São Paulo, no bairro do Brás, onde o Ministério reúne-se anualmente em Assembléia Geral quando são estabelecidas convenções e ensinamentos.

A Congregação Cristã em outros países
A Congregação Cristã possui igrejas nas seguintes localidades, segundo seu Relatório Anual de 2007: África do Sul, Alemanha, Andorra, Angola, Argentina, Bélgica, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Filipinas, Gana, Grécia, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Guiné-Bissau, Holanda, Honduras, Índia, Inglaterra, Irlanda, Israel, Itália, Japão, México, Moçambique, Nicarágua, Nigéria, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Democrática do Congo, República do Congo, República Dominicana, São Tomé e Príncipe, Síria, Suíça, Suriname, Uruguai, Venezuela e Zimbábue.

A Congregação Americana
A partir da Assemblea Cristiana de Chicago partiram, no período entre 1908 – 1909 cerca de vinte imigrantes italianos que foram anunciar sua a fé a seus compatriotas residentes em outros estados americanos entre eles: Giácomo Lombardi, Giuseppe Beretta, Pietro Ottolini, Lucia de Francesco Menna, Umberto Gazeri, Michel Palma e Massimiliano Tosetto.

O resultado de tal empenho pode ser visto pelas informações estatisticas do movimento pentecostal em 1936: as igrejas italianas se espalhavam por todo E.U.A., com uma membresia total de 9.567 pessoas.

Devido a crises doutrinárias, os anciães Louis Francescon e Massimiliano Tosetto (Niagara Falls, NY), com o auxílio de Michele Palma (Syracuse, NY) consideraram necessária à realização de uma Assembléia Geral dos anciães das igrejas ítalo-americanas. O local foi à igreja de Niagara Falls, NY, e a data 30 de abril a 01 de maio de 1927. Nele são elaborados e aceitos pelas comunidades os 12 artigos de fé (listados no tópico abaixo). Além de definir um credo doutrinário básico para as igrejas do movimento, o concilio também lançou as bases para uma organização eclesiástica.

Alterando seu caráter original, em 1938 é criada a "Unorganized Italian Christian Churches of U.S.A" permitindo que as igrejas locais se incorporem (se tornem pessoa jurídica) sob esse nome conforme as leis dos diversos estados. Ela funcionará como uma comunhão de igrejas autônomas cujos anciães se reunirão anualmente para tomar decisões e não como uma denominação.

Na década de 1940, o movimento sofre com as alterações doutrinárias até que em 1948 foi criada então, já com personalidade jurídica (incorporated) a Missionary Society of the Christian Church of North América, com sua sede em Pittsburg, Pennsylvania.

O Concilio Geral continuará sem personalidade jurídica até 1963, quando na convenção realizada em Philadelphia, Pennsylvania, sua incorporação foi aprovada. Surge então "The General Council of the Christian Church of North América", que hoje tem sua sede na cidade de Transfer, PA, como o nome "International Fellowship of Christian Assemblies".

Quanto a Assemblea Cristiana di Chicago, continuará sua existência de forma livre, não ligada a corrente principal do movimento, ficando sob a direção de Pietro Menconi, até seu falecimento em 1936. Mesmo após a reaproximação das facções em 1945 ela não retornará a comunhão oficial com as demais igrejas italianas permanecendo até hoje independente como uma igreja multi-étnica. Um grupo dissidente dela em 1967 filia-se as Assemblies of God, sendo hoje conhecida como Belmont Assembly of God.

Nos anos 1980 foi criada a Christian Congregation in the United States, que agrupa membros diversos como brasileiros, portugueses, hispânicos e alguns oriundos de antigas congregações italianas. Essa denominação tem ainda pouca expressão, mesmo se comparada a organização dos anos 1930.

Congregação Cristã em Portugal
A Congregação Cristã em Portugal tem origem no retorno do emigrante português Domingos de Sá em 1938 de São Paulo, Brasil, onde conhecera a Congregação Cristã no Brasil. O núcleo original da Congregação Cristã em Portugal foi na cidade do Porto, e durante o regime salazarista a CCP foi perseguida, o que levou a emigração de crentes portugueses para a França, Holanda, Luxemburgo, Suíça e Bélgica, resultando as Congregações Cristãs daquelas nações. Só depois da Revolução dos Cravos em 1974 a CCP foi oficializada e o primeiro local de reunião pública aberto no Porto.

Em 2006 haviam aproximadamente 200 congregações em Portugal, com 30.000 membros. Embora em todo o território nacional, a maior parte está concentrada no vale do Rio Douro, onde é a maior denominação evangélica da região.

Desde a década de 1990, a CCP recebeu um influxo de brasileiros, principalmente aos arredores de Lisboa e no Sul.

A lembrança da perseguição religiosa e faz que a CCP defenda a separação entre Igreja e Estado sendo membro da Aliança Evangélica Portuguesa.

Doutrina
No ano de 1927, na cidade de Niagara Falls, NY, houve uma Assembléia Geral da Congregação Cristã[carece de fontes?], onde foram definidos seus 12 Artigos de Fé:

1.Crença na Bíblia como sendo a infalível palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo (II Pedro 1:21; II Timóteo 3:16-17; Romanos 1:16);
2.Crença na existência de um só Deus, com três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Efésios 4:6; Mateus 28:19; I João 5:7);
3.Crença na natureza divina e humana de Jesus Cristo e na sua morte por culpa de todos os homens (Lucas 1: 27-35; João 1:14; I Pedro 3:18);
4.Crença na existência pessoal do diabo e seus anjos, que estão condenados ao fogo eterno (Mateus 25:41);
5.Crença no novo nascimento pela fé em Jesus Cristo e na sua ressurreição para justificar os crentes (Romanos 3:24-25; I Corintos 1:30; II Corintos 5:17).
6.Crença no Batismo na água, com uma só imersão, para perdão dos pecados (Mateus 28:18-19);
7.Crença no Batismo do Espírito Santo, com a evidência de novas línguas (Atos 2)].
8.Crença na Santa Ceia, realizada anualmente, com um só pão partido com a mão e um só cálice, para relembrar a morte de Jesus Cristo (Lucas 22:19-20; I Corintos 11:25-25).
9.Crença na necessidade da abstenção das coisas sacrificadas aos idolos, da fornicação, do sangue e da carne sufocada (Atos 15:28-29; 16-4; 21-25).
10.Crença que Jesus Cristo tomou sobre Si as enfermidades dos homens, praticando-se, assim, a unção com azeite para apresentar o enfermo ao Senhor (Mateus 8:17; Tiago 5:14-15).
11.Crença no retorno de Jesus Cristo e no arrebatamento dos fiéis (I Tessalonissenses 4:16-17; Apocalipse 20-6);
12.Crença na ressurreição dos mortos em novos corpos; no Juízo Final e no tormento eterno para injustos e vida eterna para os justos (Atos 24:15; Mateus 25:46).

Práticas

Culto

O culto da Congregação Cristã no Brasil segue uma ordem pré-estabelecida, mas sem uma liturgia fixa, assim os pedidos de hinos, orações, testemunhos e a pregação da Bíblia são feitos de forma espontânea, baseados na inspiração do Espírito Santo. Os serviços são solenes com uma atmosfera formal; desse modo evitam-se manifestações individualizantes, mas preza-se a participação coletiva.

Há uma série de práticas no culto como o uso do véu pelas mulheres; o uso do ósculo na saudação entre irmãos e irmãs de per si; assento separado, nas igrejas, entre homens e mulheres; as orações são feitas de joelhos; são permitidas até três pregações no mesmo culto, todavia, por tradição, decidiu-se que uma única pregação é suficiente, evitando-se, assim, que uma pregação se sobreponha à outra..

O padrão de realização do Culto é igual em quaisquer de seus templos.

Ministérios
A Congregação Cristã no Brasil possui um ministério organizado, servindo sem expectativas de receber salários[6] e é distribuído segundo as necessidades de cada localidade, a saber:

Ancião - responsável pelo atendimento da Obra, realização de batismos, santas ceias, ordenação de novos obreiros (anciães e diáconos), eleição de Cooperadores do Ofício Ministerial, encarregado de conferir ensinamentos à igreja, cuidar dos interesses espirituais e do bem-estar da igreja, entre outras funções;
Diácono - responsável pelo atendimento assistencial e material à igreja. É auxiliado por irmãs obreiras chamadas de "Irmãs da Obra da Piedade". Assim como o ancião, atende a diversas congregações de sua região;
Cooperador do Ofício Ministerial - responsável pela cooperação nos ensinamentos e presidência de cultos oficiais e de jovens em uma determinada localidade(desde que não haja um Cooperador de Jovens e menores responsável por essa localidade), não podendo realizar batismos.
Cooperador de Jovens e menores - responsável de atender as reuniões de jovens e menores de sua comum congregação.
Músico - membro habilitado e depois de passar por testes musicais é oficializado para tocar nos cultos e demais reuniões.

Cargos
Encarregado de Orquestras - músico oficializado, designado para coordenar o ensino musical aos interessados e organizar ensaios musicais da Orquestra da Congregação. As "Examinadoras" são organistas mulheres, oficializadas, designadas para avaliar outras organistas aprendizes no processo de oficialização.
Auxiliar de Jovens e Menores - são jovens, homens e mulheres solteiros, designados para preparar e organizar os recitativos das reuniões, individuais ou em grupo.
Administração - ministério material, constituído por Presidente, Tesoureiro, Secretário, Auxiliares da Administração, Conselho Fiscal e Conselho Fiscal Suplente. Os administradores são eleitos a cada três anos e o Conselho Fiscal anualmente, durante a Assembléia Geral Ordinaria. É permitida a recondução ao cargo.
Para construções de templos, utilizam-se de voluntariado mobilizado em esquema de mutirão. Para outros serviços burocráticos das igrejas como portaria, limpeza, som, etc.. também são escolhidos dentre os membros, voluntários que não possuem expectativa de receber salário.

Organização
Segundo os seus Estatutos, a Congregação Cristã no Brasil não possui registro de membros, considerando que estes devem responder somente a Deus; não prega o dízimo e mantém-se pelo espírito voluntário dos seus membros, que contribuem com coletas anônimas e voluntárias e exercem seus ministérios sem a expectativa de receber dinheiro ou bens materiais.

As mudanças de caráter doutrinário na Congregação Cristã no Brasil são discutidas em assembleia anual e pelo Conselho de Anciãos, que é formado pelos anciãos mais antigos no ministério e não necessariamente de idade. Nestas assembleias são considerados "Tópicos de Ensinamentos", os quais, tomados em reuniões e por oração, tratam de assuntos relacionados à doutrina, costumes e comportamento na atualidade.

A Orquestra
A Congregação Cristã no Brasil possui uma orquestra de música sacra muito valorizada. Ela provê aos fiéis escolas musicais gratuitas em suas dependências.

Atualmente, possui em sua orquestra os seguintes instrumentos:

Violino,Viola, Violoncelo; Flauta transversal; Oboé; Fagote; Clarinete; Clarone; Acordeon; Saxofone-soprano curvo, soprano, alto, tenor, barítono e baixo; Trompete; Pocket; Cornet; Trompa; Trombonito; Trombone; Saxhorn; Bombardino; Bombardão; Flugelhorn e Órgão, sendo esse último de liberdade de execução somente de mulheres e os demais instrumentos somente de homens, em países com poucos membros as mulheres possuem liberdade para executar os demais instrumentos de modo a compor melhor a orquestra.

O hinário da Congregação Cristã no Brasil é intitulado de "Hinos de Louvores e Súplicas a Deus" e encontra-se na sua quarta edição, datada de 1965, quando foram adicionadas novas melodias e poesias. Possui muitas melodias de autores norte americanos e italianos, com algumas poesias traduzidas e semi-traduzidas do inglês e do italiano. São 450 hinos e entre eles há especiais para Batismos, Santas Ceias, Funerais, 50 para as "Reuniões de Jovens e Menores", e sete coros.

O livro original chamava-se Inni e Salmi Spirituali, publicado, no começo do século XX, pela Assemblea Cristiana Italiana de Chicago, Ill, USA.

Os hinários com notação musical seguem o modelo europeu, contendo as claves de Sol e de Fá, e estão escritos para instrumentos em Dó, Mi bemol e Si bemol.

A Congregação Cristã não produz gravações de seus hinos, nem mesmo as autoriza.

Política
A Congregação Cristã no Brasil é uma organização religiosa apolítica, crendo na separação total entre Estado e religião.

Não mantém ligação,nem se manifesta de forma alguma em relação a causas ou partidos políticos, candidatos a cargos públicos, ou qualquer outra instituição ou organização, governamental ou não. Se algum membro de seu corpo ministerial aceitar cargos políticos, deverá renunciar ao seu cargo congregacional. Seus membros são doutrinados a não votar em candidatos que neguem a existência de Deus e a Sua moral.

Mídia
A Congregação Cristã no Brasil não possui propaganda em meios de comunicação como rádio, televisão, imprensa escrita, ou qualquer outro tipo de propagação da sua doutrina que não seja o frequentar quaisquer de suas igrejas pelos interessados em conhecê-la.

Quer saber mais, Click:
http://www.shalomunited.com/new/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=157

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Montanismo

Montano foi um homem que viveu na Frigia (Ásia Menor Romana, hoje Turquia), pelos anos 170 d.c. Ele se declarava guiado pelo espírito santo, no qual se dizia receber revelações, com ele ainda tinha duas profetizas Priscila e Maximila que se declaravam porta voz do espírito santo, alem delas existiam vários outros profetas e profetizas, todas alegando serem guiadas e possuir do espírito santo de Deus.

No oeste,entre de outros lideres montanistas estava Proclus, com quem o presbítero romano Gaius publicou um Debate. Esse grupo chefiado por Montano(daí o nome montanismo) dava ênfase nas novas profecias referente a perseguição dos cristãos, mas também ênfase em jejum, proibindo o recasamento mesmo no caso de um dos cônjuges ter morrido, e severa hostilidade a qualquer coisa que pudesse levar ao pecado.

Tertuliano foi o mais famoso membro dessa seita, no qual em seus escritos posteriores em “Praedestinatus” e em “De Ieiunio” dizia que nenhuma profecia nova tinha sido revelada por esse grupo, que o espírito santo apenas mandava mensagens para orientar e disciplinar a igreja. Mas em demais doutrinas, eles eram adeptos a maiorias das doutrinas cristã da época.

O montanismo era extremamente carismático, muito assemelhado ao movimento pentecostal dos dias de hoje, seus membros profetas entravam em grande êxtase, e suas profecias eram declaradas em êxtase, eles falavam em línguas estranhas, faziam profecias pessoais, declaravam mensagens de deus. Um relato da época mostra o quanto se assemelha ao pentecostalismo dos dias de hoje:
“ele ficou de lado, e de repente em um estado de frenesi e êxtase irracionalmente começou a balbuciar e pronunciar coisas estranhas, profetizando de um modo contrario aos costumes da igreja, transmitidos pela tradição, desde o inicio.” (Roberts, Alexander and Donaldson, James, Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series: Volume I, Oak Harbor, WA: Logos, 1997, Book V. Chapter XVI. The Circumstances Related of Montanus and His False Prophets). Muitos que presenciaram tais manifestações declaravam que seus membros estavam possuídos pelo demônio. Vários fies da Ásia se reuniram para debater tais acontecimentos, resolveram que essa forma de fé e comportamento era herético e todos os membros do montanismo foram expulsos da igreja oficial.

A queda do montanismo foi justamente pelo o que estava mais ligado a esse grupo, suas profecias. Eles profetizaram e declaravam a todos que cristo logo voltaria e que a “nova Jerusalém” iria ser estabelecida em Pepuza, na Frigia, pois a “antiga Jerusalém” foi abandonada por Deus por causa da incredulidade dos judeus a cristo. Sua profecia falhou, com isso causou muitos problemas, pois muitas pessoas tinham se preparado para tal, com isso começou a queda do montanismo, perderam muitos membros e desapareceu totalmente no século 6.

Referencia:
Wilkipedia e Livros Seitas e Herisias - CPAD

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Catolicismo Romano


Catolicismo (do grego καθολικος, translit.: katholikos; com o significado de "geral" ou "universal") é um termo amplo para o corpo da fé católica, a sua teologia, doutrinas, liturgia, príncipios éticos, e características comportamentais, bem como um povo religioso como um todo.[1] O termo catolicismo é "usado geralmente para uma experiência específica do cristianismo compartilhada por cristãos que vivem em comunhão com a Igreja de Roma." [2] Muitos dos principais credos (definições de fé semelhantes a preces) cristãos, nomeadamente o Credo dos Apóstolos e o Credo Niceno utilizam este termo.

No seu sentido mais estreito, o termo é usado para referir-se a Igreja Católica Romana, formada por 23 igrejas sui iuris que estão em comunhão total com o Papa, e possuí mais de um bilhão de fiéis[3] (ou seja, mais de um sexto da população mundial[4] e mais da metade de todos os cristãos[5]). As suas características distintivas são a aceitação da autoridade e primado do Papa, o Bispo de Roma. No entanto outras igrejas também afirmam ser "católicas", como a ortodoxa, e as igrejas não-calcedonianas, a Igreja Assíria do Oriente, a Velha Igreja Católica e as igrejas da Comunhão Anglicana. [6]

Índice
1 História do catolicismo
2 Mundo católico
3 Catolicismo romano
3.1 Organização e Cargos da Igreja Católica Romana
3.2 Doutrinas distintivas
3.2.1 Divergências com as outras Igrejas cristãs
3.2.2 Mandamentos da Igreja
3.3 Liturgia e prece
3.4 Sacramentos
3.5 Organização por região
3.6 Igrejas sui juris e os seus ritos litúrgicos
3.6.1 Lista das Igrejas
3.7 Fenômenos sócio-comportamentais
3.7.1 Queda na estimativa do número de fiéis
3.7.2 Renovação Carismática
3.8 Críticas
4 Anglo-catolicismo


1 - História do catolicismo
A palavra Igreja Católica ou catolicismo para referir-se à Igreja Universal é utilizada desde o século I, alguns historiadores sugerem que os próprios apóstolos poderiam ter utilizado o termo para descrever a Igreja.[7] Registros escritos da utilização do termo constam nas cartas de Inácio,[8] Bispo de Antioquia, discípulo do apóstolo João, que provavelmente foi ordenado pelo próprio Pedro,[7]

Em diversas situações nos primeiros três séculos do cristianismo, o Bispo de Roma,[9] considerado sucessor do Apóstolo Pedro, interveio em outras comunidades para ajudar a resolver conflitos,[10] tais como fizeram o Papa Clemente I, Vitor I e Calixto I. O Primeiro Concílio de Niceia em 325, estabelece a Pentarquia, em que a Igreja foi organizada sob cinco patriarcas, os bispos de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma, sendo o Bispo de Roma considerado o "primus" (primeiro) entre os patriarcas, embora muitos interpretem esse título como o "primus inter pares" (primeiro entre iguais). Porém, quando a residência do Imperador e do Senado foi transferida para Constantinopla (em 330 d.C), o papado por consequência perdeu influência e especialmente o Bispo de Constantinopla, teve sua autoridade aumentada consideravelmente sobre as igrejas orientais, embora Roma continuasse tendo uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro.[11]

Uma série de dificuldades complexas (disputas doutrinárias, Concílios disputados, a evolução de ritos separados e se a posição do Papa de Roma era ou não de real autoridade ou apenas de respeito) levaram à divisão em 1054 que dividiu a Igreja entre a Igreja Católica no Ocidente e a Igreja Ortodoxa no Leste (Grécia, Rússia e muitas das terras eslavas, Anatólia, Síria, Egipto, etc.). A esta divisão chama-se o Cisma do Oriente.

A grande divisão seguinte da Igreja Católica ocorreu no século XVI com a Reforma Protestante, durante a qual se formaram muitas das facções Protestantes.

2 - Mundo católico
Ver artigo principal: Igreja Católica Apostólica Romana no mundo

Percentagem de católicos no mundo.No cristianismo ocidental, as principais fés a se considerarem "Católicas", para além da Igreja Católica Romana, são a a Velha Igreja Católica, a Igreja Católica Liberal, a Associação Patriótica Católica Chinesa, as Igrejas católicas brasileiras dissidentes e alguns elementos anglicanos (os "Anglicanos da Alta Igreja", ou os "anglo-católicos"). Estes grupos têm crenças e praticam rituais religiosos semelhantes aos do catolicismo romano, mas diferem substancialmente destes no que diz respeito ao estatuto, poder e influência do Bispo de Roma.

As Igrejas não-calcedonianas e ortodoxas pensam em si próprias como Igrejas Católicas no sentido de serem a Igreja universal. A Igreja Católica e as Igrejas ortodoxas acusavam-se mutuamente de cismáticas e heréticas (veja Grande Cisma), embora recentemente devido à esforços ecumênicos estas acusações e excomunhões tenham sido retiradas e tenha se chegado à uma aceitação básica das prerrogativas do papa [12]. Os Patriarcas ortodoxos são hierarcas autocéfalos, o que significa, grosso-modo, que cada um deles é independente da supervisão directa de outro bispo (embora ainda estejam sujeitos ao todo do seu sínodo de bispos). Não estão em comunhão plena com o Papa.

Mas, nem todas as Igrejas orientais estão fora da comunhão católica. Existem também os chamados Católicos de rito oriental, cuja liturgia e estrutura hierárquica se assemelham à dos Ortodoxos, e que também permitem a ordenação de homens casados, mas que reconhecem o Papa Romano como chefe da sua igreja. Estes católicos orientais formam as chamadas Igrejas Orientais Católicas sui juris.

Alguns grupos chamam a si próprios católicos, mas esse qualificativo é questionável: por exemplo, a Igreja Católica Liberal, que se originou como uma dissensão da Velha Igreja Católica mas que incorporou tanta teosofia na sua doutrina que já pouco tem em comum com o catolicismo romano.

3 - Catolicismo romano
Ver artigo principal: Igreja Católica
Igreja Católica


Basílica de São Pedro no Vaticano.
História
Organização[Esconder]Igrejas particulares locais
Igrejas particulares sui juris (23):
de Rito Latino • Orientais (22)


Hierarquia[Esconder]Papa Bento XVI
Cardeais • Patriarcas • Arcebispos • Bispos
Presbíteros • Diáconos
Leigos e Consagrados


Teologia e Doutrina[Esconder]Revelação divina • Tradição • Bíblia
Cânon bíblico • Catecismo • Credo • Moral
Sucessão apostólica • Concílios Ecuménicos
SS Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo)
Infabilidade e Primazia papais • Igreja
Dez Mandamentos • Sermão da Montanha
Corpus Mysticum • Transubstanciação
Dogmas • Graça • Salvação • Reino de Deus
Sacramentos • Pecado original • Virtudes
Virgem Maria • Santos • Comunhão dos santos
Doutores da Igreja • Doutrina Social
Apologética • Justificação • Santidade • Heresia


Liturgia e Culto[Esconder]Piedade popular • Devoção • Ano litúrgico
Dulia • Hiperdulia • Latria • Orações
Missa • Eucaristia • Liturgia das Horas
Ritos litúrgicos latinos e orientais


Outros tópicos[Esconder]Cristianismo • Catolicismo • Controvérsias
Santa Sé • Vaticano • Ecumenismo
Evangelização • Espiritualidade • Catequese
Ordens e congregações • Institutos seculares
Símbolos cristãos • Acção pastoral • Música popular
Canto gregoriano • Arte cristã • Concílio Vaticano II
Catolicismo tradicionalista • História do Papado


Portal sobre o Cristianismo

A principal denominação Católica é a "Santa Igreja Católica Apostólica", melhor conhecida como "Santa Igreja Católica". Tem esse nome porque todos os seus aderentes estão em comunhão com o Papa e Bispo de Roma, e a maior parte das paróquias seguem o Rito Romano na prece, embora haja outros ritos litúrgicos.

3.1 Organização e Cargos da Igreja Católica Romana

Vista da Praça de São Pedro do topo da Basílica de São Pedro, na Cidade do VaticanoVer artigo principal: Hierarquia católica
Estruturalmente, o catolicismo romano é uma das religiões mais centralizadas do mundo. O seu chefe, o Papa, governa-a desde a Cidade do Vaticano, um estado independente no centro de Roma, também conhecido na diplomacia internacional como a Santa Sé. O Papa é seleccionado por um grupo de elite de Cardeais, conhecidos como Príncipes da Igreja. Só o Papa pode seleccionar e nomear todos os cléricos da Igreja acima do nível e padre. Todos os membros da hierarquia respondem perante o Papa e a sua corte papal, chamada Cúria. Os Papas exercem o que é chamado Infalibilidade Papal, isto é, o direito de definir declarações definitivas de ensinamento Católico Romano em matérias de fé e moral. Na realidade, desde a sua declaração no Concílio do Vaticano I, em 1870, a infalibilidade papal só foi usada uma vez, pelo Papa Pio XII, nos anos 50.

A autoridade do Papa vem da crença de que ele é o sucessor directo de S. Pedro e, como tal, o Vigário de Cristo na Terra. A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:

Papa, o bispo de Roma e também Patriarca do Ocidente. Os que o assistem e aconselham na liderança da igreja são os Cardeais;
Patriarcas são chefes de algumas Igrejas Católicas Orientais sui juris. Alguns dos grandes arcebispos Católicos Latinos também são chamados Patriarcas; entre estes contam-se o Arcebispo de Lisboa e o Arcebispo de Veneza;
Bispo (Arcebispo e Bispo Sufragário): são os sucessores directos dos doze apóstolos. Receberam o todo das ordens sacramentais;
Padre (Monsenhor é um título honorário para um padre, que não dá quaisquer poderes sacramentais adicionais): inicialmente não havia Padres per se. Esta posição evoluiu a partir dos Bispos suburbanos que eram encarregados de distribuir os sacramentos mas não tinham jurisdição completa sobre os fiéis.
Diácono
Existem ainda cargos menores: Leitor e Acólito (desde o Concílio Vaticano Segundo, o cargo de sub-diácono deixou de existir). As ordens religiosas têm a sua própria hierarquia e títulos. Estes cargos tomados em conjunto constituem o clero e no rito ocidental só podem ser ocupados, normalmente, por homens solteiros. No entanto, no rito oriental, os homens casados são admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos; e em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou se o casamento for anulado.

O Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais de entre os próprios membros do Colégio (o processo de eleição, que tem lugar na Capela Sistina, é chamado Conclave). Cada Papa continua no cargo até que morra ou até que abdique (o que só aconteceu duas vezes, e nunca desde a Idade Média).

3.2 - Doutrinas distintivas

Ver artigo principal: Doutrina da Igreja Católica
A doutrina oficial da Igreja Católica é o conjunto de crenças oficiais professadas pela Igreja Católica acerca de diversos aspectos relativos a Deus, ao homem e ao mundo. Segundo a Igreja, essas verdades foram sendo reveladas por Deus através dos tempos (nomeadamente ao longo do Antigo Testamento), atingindo a sua plenitude em Jesus Cristo, considerado pelos católicos e cristãos como o Filho de Deus, o Messias e o Salvador do mundo e da humanidade. Mas, a definição e compreensão dessa doutrina é progressiva, necessitando por isso do constante estudo e reflexão da Teologia, mas sempre fiel à Revelação divina e orientada pelo Magistério da Igreja Católica. A doutrina Católica está expressa e resumida no Credo dos Apóstolos, no Credo Niceno-Constantinopolitano e, actualmente, no Catecismo da Igreja Católica e no seu Compêndio.


Entrada principal da Catedral de Notre-Dame em Paris.Com estes estudos teológicos todos, a Igreja vai-se gradualmente instituindo os seus dogmas, que é a base da doutrina oficial, sendo o último dogma (o da Assunção da Virgem Maria) proclamado solenemente apenas em 1950. Para os católicos, um dos dogmas mais importantes é o da Santíssima Trindade, que, não violando o monoteísmo, professa que Deus é simultaneamente uno (porque, em essência, só existe um Deus) e trino (porque está pessoalizado em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que se estabelecem entre si uma comunhão perfeita). Estas 3 Pessoas eternas, apesar de possuirem a mesma natureza, "são realmente distintas". Logo, muitas vezes, certas actividades e atributos divinos são mais reconhecidas (mas não exclusivamente realizadas) em uma Pessoa do que em outra. Como por exemplo, a criação divina do mundo está mais associado a Deus Pai; a salvação do mundo a Jesus, Filho de Deus; e a protecção, guia, purificação e santificação da Igreja ao Espírito Santo [13].

A doutrina professa também a divindade de Jesus, que seria a segunda pessoa da Trindade, e que a nossa salvação deve-se, para além da graça divina, ao Seu supremo e voluntário Sacrifício e Paixão na cruz. Este tão grande sacrifício deveu-se à vontade e ao infinito amor de Deus, que quis salvar toda a humanidade. Além disso, é também fundamental para a salvação a adesão livre do crente à fé em Jesus Cristo e aos Seus ensinamentos, porque a nossa liberdade, como um dom divino, é respeitado por Deus, o nosso Criador. Esta fé leva à conversão das pessoas e à prática das boas obras (que nos afastam do pecado e nos ajudam a crescer na caridade), nomeadamente o acto de amar a Deus acima de todas as coisas (Mt 22,37) e também o de amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22,39). Estes dois actos virtuosos, juntamente com o acto de amar uns aos outros como Jesus nos ama (Jo 15,10), são justamente os mandamentos de Amor que Jesus deu aos seus discípulos e à humanidade. Estes mandamentos radicais constituem o resumo de "toda a Lei e os Profetas" do Antigo Testamento (Mt 22,40) [14].

Nas suas muitas pregações, Jesus Cristo ensinou, para além dos seus mandamentos de Amor, as bem-aventuranças e insistiu sempre «que o Reino de Deus está próximo» (Mt 10,7) e que Deus estava preparando a Terra para um novo estado de coisas. Anunciou também que quem quisesse fazer parte do Reino de Deus teria de nascer de novo, de se arrepender dos seus pecados, de se converter e purificar. Jesus ensinava também que o poder, a graça e a misericórdia de Deus era maior que o pecado e todas as forças do mal, insistindo por isso que o arrependimento sincero dos pecados e a fé em Deus podem salvar os homens [15]. Este misterioso Reino de Deus, que só se irá realizar-se na sua plenitude no fim do mundo, está já presente na Terra através da Igreja, que é o seu semente. A Igreja ensina que neste Reino, o Mal será inexistente e os homens salvos e justos, após a ressurreição dos mortos e o fim do mundo, passarão a viver eternamente em Deus, com Deus e junto de Deus.

Mais concretamente, a fé em Cristo (e em Deus) inclui a adesão do crente à doutrina por Ele revelada e transmitida pela Igreja, bem como ao conjunto de regras de vida propostas por essa mesma Igreja. Os católicos professam que a Igreja é o Corpus Mysticum, onde Cristo seria a Cabeça e eles (os fiéis) membros deste corpo único, inquebrável e divino. Este Corpo místico tem por função reunir toda a humanidade para o seu caminho de santificação, que tem o seu fim na vida eterna, na realização final do Reino de Deus e no alcance da santidade. A Igreja ensina também que os cristãos não-católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável Dele através do Baptismo.

3.2.1 Divergências com as outras Igrejas cristãs

Os pontos de vista católicos diferem dos ortodoxos em alguns pontos, incluindo a natureza do Ministério de S. Pedro (o Papado), a natureza da Trindade e o modo como ela deve ser expressa no Credo Niceno-Constantinopolitano, e o entendimento da salvação e do arrependimento. Os católicos divergem dos protestantes em vários pontos, incluindo a necessidade da penitência, o significado da comunhão, a composição do Cânone das Escrituras, a veneração de santos, o purgatório e o modo como se atinge a salvação:
Os protestantes acreditam que a salvação se atinge apenas através da fé e arrependimento, ao passo que os católicos acreditavam que a salvação também vinha por boas obras. Esta divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação (na Reforma ensinava-se que "nós justificamos apenas pela fé"). O diálogo ecuménico moderno levou a alguns consensos sobre a doutrina da justificação entre os católicos e os luteranos, anglicanos e outros.

3.2.2 Mandamentos da Igreja

1- Participar da Missa inteira nos domingos e festas de guarda.

No Brasil os dias santos de guarda são:
Santa Maria, Mãe de Deus - 01 de janeiro
Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) - data variável entre maio e junho:
Imaculada Conceição de Maria - 08 de dezembro
Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo - 25 de dezembro
Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo - Ocorre sempre entre 22 de março e 25 de abril.
2- Confessar-se ao menos uma vez por ano.

3- Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição.

4- Jejuar e abster-se de carne quando manda a Igreja.

Jejum: Quarta-feira de cinzas e Sexta-feira Santa.
Abstinência de carne: Quarta-feira de cinzas e sextas-feiras da quaresma.
5- Contribuir com o Dízimo segundo está escrito na Bíblia Sagrada. [16]

3.3 Liturgia e prece
Ver artigo principal: Liturgia e Culto cristão
O acto de prece mais importante na Igreja Católica Romana é a liturgia Eucarística, normalmente chamada Missa. A missa é celebrada todos os domingos de manhã na maioria das paróquias Católicas Romanas; no entanto, os católicos podem cumprir as suas obrigações dominicais se forem à missa no sábado à noite. Os católicos devem também rezar missa cerca de dez dias adicionais por ano, chamados Dias Santos de Obrigação. Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, excepto na Sexta-feira Santa. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa contemporânea é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da Bíblia, acto desempenhado por um Leitor (um leigo da igreja) ou pelo padre ou diácono. O padre ou diácono lê sempre as leituras do Evangelho e pode também ler de outras partes da Bíblia (burante a primeira, segunda, terceira, etc. leituras). Depois de concluídas as leituras, é rezada a homilia (que se assemelha ao sermão protestante) por um padre ou diácono. Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos presentes o Credo Niceno-Constantinopolitano, que afirma as crenças ortodoxas do catolicismo. Segue então a []Liturgia Eucarística]], que nada mais é do que a Missa em seu sentido estrito. Nela, o pão e o vinho oferecidos, segundo o dogma católico da transubstanciação, se tornam realmente o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.

O movimento de reforma litúrgica tem sido responsável nos últimos quarenta anos por uma convergência significativa das práticas predicamentais do Rito Latino com as das igrejas protestantes, afastando-as das dos outros ritos católicos, não-latinos. Uma característica dos novos pontos de vista litúrgicos tem sido um "regresso às fontes", que se diz que tem origem na redescoberta de antigos textos e práticas litúrgicas, bem como muitas práticas novas. As reformas litúrgicas pós-conciliares (pós-Vaticano II) incluem o uso da língua vernacular (local), uma maior ênfase na Liturgia da Palavra, e a clarificação do simbolismo. A característica mais visível das reformas é a postura do padre. No passado, o padre virava-se para o altar, de costas para a congregação. As reformas fizeram com que o padre se voltasse para o povo, separado dele pelo altar. Isto simboliza o desejo de que a missa se torne mais centrada nas pessoas. Há, todavia, críticos que não concordam com a natureza da mussa pós-Vaticano II (conhecida por vezes como Novus Ordo Missae). Em 2003 foi revelado que a Missa Tridentina pré-Vaticano II estava de novo a ser celebrada na Basílica de S. Pedro (embora não no altar principal) e que o Papa João Paulo II começou a celebrar Missas Tridentinas na sua capela privada no Palácio Apostólico, no Vaticano.

3.4 Sacramentos
Ver artigo principal: Sacramentos católicos
A prática da Igreja Católica consiste em sete sacramentos (veja também Sacramentos Católicos):

Baptismo,
Confissão,
Eucaristia,
Confirmação ou Crisma,
Sagrado Matrimónio,
Ordenação, e
Unção dos Enfermos.
Dentro da fé Católica, os sacramentos são gestos e palavras de Cristo que concedem graça santificadora sobre quem os recebe. O Baptismo é dado às crianças e a convertidos adultos que não tenham sido antes baptisados validamente (o baptismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega directamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da intenção, do sacerdote). A Confissão ou reconciliação envolve a admissão de pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o perdão de Deus). A Eucaristia (Comunhão) é o sacrifício de Cristo marcado pela partilha do Corpo de Cristo e do Sangue de Cristo que se considera que substituem em tudo menos na aparência o pão e o vinho utilizados na cerimónia. A crença católica romana de que pão e vinho são transformados no Corpo e no Sangue de Cristo chama-se transubstanciação. No sacramento da Confirmação, o presente do Espírito Santo que é dado no baptismo é "fortalecido e aprofundado" (veja o Catecismo da Igreja Católica, para. 1303) através da imposição de mãos e da unção com óleo. Na maior parte das igrejas de Rito Latino, este sacramento é presidido por um bispo e tem lugar no início da idade adulta. Nas Igrejas Católicas Orientais (ver abaixo) o sacramento da crisma é geralmente executado por um padre imediatamente depois do baptismo. As Ordens Sagradas recebem-se ao entrar para o sacerdócio e envolvem um voto de castidade. O sacramento das Ordens Sagradas é dado em três graus: o do diácono (desde Vaticano II um diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de padre e o de bispo. A unção dos doentes era conhecida como "extrema unção" ou "último sacramento". Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado abençoado especificamente para esse fim e já não está limitada aos doentes graves e aos moribundos.

3.5 Organização por região
Ver artigo principal: Igreja particular
A Igreja Católica está presente em virtualmente todas as nações do planeta. Está organizada em hierarquias nacionais com bispos diocesanos sujeitos a arcebispos. Colégios, ou Conferências Nacionais, de bispos coordenam a política local dentro dos países ou de grupos de países.

A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a diocese (nas Igrejas Católicas do Oriente, a unidade equivalente chama-se eparquia). Esta corresponde geralmente a uma área geográfica definida, centrada numa cidade principal, e é chefiada por um bispo. A igreja central de uma diocese recebe o nome de catedral, da cátedra, ou cadeira, do bispo, que é um dos símbolos principais do seu cargo.. Dentro da diocese, o bispo exerce aquilo que é conhecido como um ordinário, ou seja, a autoridade administrativa principal. (As sedes de algumas ordens religiosas são semi-independentes das dioceses a que pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre elas.) Embora o Papa nomeie bispos e avalie o seu desempenho, e exista uma série de outras instituições que governam ou supervisionam certas actividades, um bispo tem bastante independência na administração de uma diocese. Algumas dioceses, geralmente centradas em cidades grandes e importantes, são chamadas arquidioceses e são chefiadas por um arcebispo. Em grandes dioceses e arquidioceses, o bispo é frequentemente assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do Colégio dos Bispos que não chefiam a sua própria diocese. Arcebispos, bispos sufragários (designação frequentemente abreviada simplesmente para "bispos"), e bispos auxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm vicariatos que apoiam as suas forças armadas (ver Ordinariato Militar).

Quase todas as dioceses estavam organizadas em grupos conhecidos como províncias, cada uma das quais era chefiada por um arcebispo. Embora as províncias continuem a existir, o seu papel foi substituído quase por completo por conferências de bispos, geralmente constituídas por todas as dioceses de um determinado país ou grupo de países. Estes grupos lidam com um vasto conjunto de assuntos comuns, incluindo a supervisão de textos e práticas litúrgicas para os grupos culturais e linguísticos da área, e as relações com os governos locais. A autoridade destas conferências para restringir as actividades de bispos individuais é, no entanto, limitada (os teólogos tradicionais consideram esta autoridade basicamente irrestrita). As conferências de bispos começaram a surgir no princípio do século XX e foram oficialmente reconhecidas no Concílio Vaticano Segundo, no documento Christus Dominus.

O Colégio dos Cardeais é o conjunto dos bispos católicos romanos que são conselheiros especiais do Papa. Qualquer padre pode ser nomeado Cardeal, desde que se "distinga em fé, moral e piedade". Se um cardeal que ainda não tiver sido ordenado bispo for eleito Papa, deverá receber a ordenação episcopal mais tarde. (ver a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis [17]). Todos os cardeais com menos de 80 anos têm o direito de eleger um novo papa depois da morte do seu predecessor. Os cardeais eleitores são quase sempre membros do clero, mas no entanto o Papa concedeu no passado a membros destacados do laicado católico (por exemplo, a teólogos) lugares de membro do Colégio, após ultrapassarem a idade eleitoral. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela (e daí a classificação em bispo cardeal, padre cardeal e diácono cardeal) em Roma para fazer dele membro do clero da cidade. Muitos dos cardeais servem na cúria, que assiste o Papa na administração da Igreja. Todos os cardeais que não são residentes em Roma são bispos diocesanos.

As dioceses são divididas em distritos locais chamadas paróquias. Todos os católicos devem frequentar e suportar a sua igreja paroquiana local. Ao mesmo tempo que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo global, o catolicismo de dia a dia é vivido na comunidade local, unida em prece na paróquia local. As paróquias são em grande medida auto-suficientes; uma igreja, frequentemente situada numa comunidade pobre ou em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada "missão".

A Igreja Católica Romana sustenta muitas ordens (grupos) de monges e freiras que são principalmente não-padres que vivem vidas especialmente devotadas a servir Deus. São pessoas que se juntaram sob um determinado sistema a fim de atingir a perfeição e a virtude. Estes sistemas por vezes implicam a separação do mundo para meditar, outras a participação excepcional no mundo, frequentemente através da prestação de serviços médicos ou educacionais. Quase todos os monges e freiras tomam votos de pobreza (nenhuma ou limitada posse de propriedade ou dinheiro), castidade (nenhuma utilização dos órgãos sexuais) e obediência (aos seus superiores).

3.6 Igrejas sui juris e os seus ritos litúrgicos
Ver artigo principal: Igreja particular sui juris
A Igreja Católica é uma comunhão de 24 Ritos autónomos (sui juris) em comunhão completa uns com os outros e em união com o Papa na sua qualidade de Sumo Pontífice da Igreja Universal (apelidade "Pontífice de Roma" na lei canónica). O Papa, na sua qualidade de Patriarca de Roma (ou Patriarca do Ocidente) é também o chefe da maior das Igrejas sui juris, a Igreja Latina (popularmente conhecida como "Igreja Católica Romana"). As restantes 23 Igrejas sui juris, conhecidas colectivamente como "Igrejas Católicas do Oriente", são governadas por um hierarca que ou é um Patriarca, ou um Arcebispo Principal, ou um Metropolita. A Cúria Romana administra quer as igrejas orientais, quer a igreja ocidental. Devido a este sistema, é possível que um católico esteja em comunhão completa com o Pontífice de Roma sem ser um católico romano.

As Igrejas sui juris utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais (que emanam de Sés tradicionais de importância histórica), chamadas Ritos. Os ritos principais são o Romano, o Bizantino, o de Antióquia, o Alexandrino, o Caldeu e o Arménio (existem ainda dois Ritos Ocidentais menores, o Rito Ambrosiano e o Rito Moçárabe). O Rito Romano, usado pela Igreja Latina, é dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca de 98%). Antigamente havia muitos ritos ocidentais menores, que foram substituídos pelo Rito Romano pelas reformas litúrgicas do Concílio de Trento.

Historicamente, o Santo Sacrifício da Missa no Rito Romano (a "Missa Tridentina") era conduzido inteiramente em Latim eclesiástico, mas no Concílio Vaticano Segundo, no início dos anos 60, foi promulgada uma nova versão da Missa (Novus Ordo Missae), que é celebrada na língua vernacular (local). O serviço correspondente das Igrejas Católicas orientais, a Liturgia Divina, é conduzido em várias línguas litúrgicas, segundo o Rito e a Igreja: as Igrejas de Rito Bizantino usam o grego, o eslavónico, o árabe, o romeno e o georgiano, as igrejas de Ritos Antioquiano e Caldeu usam o siríaco, a Igreja de Rito Arménio usa o arménio e as Igrejas de Rito Alexandrino usam o copta e o ge'ez

3.6.1 Lista das Igrejas
Ritos ocidentais (o mais usado é o Rito Romano)

Igreja Católica de Rito Latino
Rito Bizantino

Igreja Albanesa
Igreja Bielorrussa
Igreja Búlgara
Igreja Croata
Igreja Eslovaca
Igreja Georgiana
Igreja Grega
Igreja Húngara
Igreja Melquita
Igreja Romena
Igreja Russa
Igreja Rutena
Igreja Sérvia
Igreja Ucraniano-Grega
Rito de Antióquia

Igreja Maronita
Igreja Siro-Malancar
Igreja Siríaca
Rito Caldeu

Igreja Caldeia
Igreja Siro-Malabar
Rito Arménio

Igreja Arménia
Rito Alexandrino

Igreja Copta
Igreja Ge'ez

3.7 Fenômenos sócio-comportamentais

3.7.1 Queda na estimativa do número de fiéis

Tem-se observado, principalmente nas Américas e em parte da Europa, o desinteresse frequente pela população com relação à Igreja Católica. Um reflexo disso é o aparecimento de grande número de pessoas que se intitulam católicos não-praticantes. No Censo 2000 feito pelo IBGE, 40% dos que responderam ser católicos no Brasil diziam ser "não-praticantes".

Esses indivíduos geralmente discordam de políticas severas da igreja quanto ao uso do preservativo sexual[18][19][20], o divórcio[21][22], uniões estáveis entre heterossexuais[23], união entre homossexuais[24], e o aborto[25]. A prática de “ficar”, comum entre os jovens brasileiros, por exemplo, foi declarada em 2007 como algo próprio de “garotas de programa” pelo secretário-geral e porta-voz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa.[26] É frequentemente usado nos dias de hoje o termo religiosidade para definir a atitude de tais adeptos que discordam das políticas da igreja mas que continuam a seguir seus ensinamentos básicos cristãos.[carece de fontes?]

No ano de 2007, foram feitas duas pesquisas que apresentaram resultados divergentes. A primeira, realizada pela Fundação Getúlio Vargas, dizia que o número de católicos parou de cair no Brasil depois de mais de 130 anos de queda, apontando como motivos a renovação da Igreja, e a grande comoção pela então recente morte do Papa João Paulo II, estando o número de fieis estabilizado em 73%[27]. A segunda pesquisa, realizada pelo Data Folha, registrou nova queda no número de fieis, apontando um percentual de 64% de católicos na população brasileira.[28]

3.7.2 Renovação Carismática
A Renovação Carismática Católica (RCC) é um movimento católico surgido nos Estados Unidos em meados da década de 1960. Ele é voltado para a experiência pessoal com Deus, particularmente através do Espírito Santo e dos seus dons. Esse movimento busca dar uma nova abordagem às formas de evangelização e renovar práticas tradicionais dos ritos e da mística católicos. O movimento carismático católico foi influenciado em seu nascimento pelos movimentos pentecostais de origem protestante e até hoje esses dois grupos se assemelham em vários aspectos. No Brasil, o movimento tomou força através da Canção Nova, Comunidade de Vida e Aliança criada pelo então Padre Jonas Abib (hoje Monsenhor) na cidade de Cachoeira Paulista para dar uma nova abordagem a temas polêmicos e morais e renovar conceitos já antigos da religião católica. Esse movimento ganhou força em meados dos anos 90 e já responde sozinho por grande parte dos católicos frequentantes no país. Possui um canal de televisão chamado Canção Nova e é presidido pelo Padre Jonas Abib.


4 Anglo-catolicismo
O termo Anglo-catolicismo descreve pessoas, grupos, idéias, costumes e práticas dentro do anglicanismo que enfatizam a continuidade com a tradição católica.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Paulícianos

Os Paulícianos ou Paulacianos eram um grupo de Cristãos considerados hereges pelo Catolicismo que predominavam na Armênia, antiga Babilônia, Síria, Palestina, Monte Arará, Cordilheira do Touro e Antióquia no Séc. VI d.c no chamado Império Bizantino.

Diziam serem provindos dos Apóstolos e terem seu início a partir das pregações dos mesmos no primeiro século depois de Cristo. Porém faltam registros comprobatórios para tal afirmação, por isso foram detestados pelos Imperadores bizantinos que defendiam o catolicismo.

O Imperador Justiniano ao promulgar seu código a partir de 525 d.C, lelistou que o "rebatismo" ou "Anabatismo"(grego)era uma das duas heresias que deveriam ser punidas por morte, os Paulacianos tinham como apelido "Sabiam" que expressava o ato de batizarem por imersão e rebatizarem indivíduos provindos do catolicismo, pois rejeitavam a submissão à Igreja Romana, por isso eram tidos como "Anabatistas hereges".

Durante os séculos V e VI os hunos formaram parte de uma confederação que avançava para o território Armênio, muitos dos militares que protegiam as fronteiras Armênicas eram Paulacianos.

Em 668d.C iniciou-se uma grande perseguição aos Paulacianos que provocou a morte de um de seus grandes líderes chamado Constantino em 690 d.C,que foi morto apedrejado e seu sucessor queimado vivo. Durante o reinado do Imperador Leão III (660-740 d.C) foram favorecidos nos Balcãs Oceidentais pelo édito do Imperador contra as imagens, tendo proteções do prõprio filho de Leão III.

A Imperadora Teodósia no séc.IX (842-867 d.c) iniciou uma perseguição que matou 100.000 deles, pois eram acusados de Anabatismo e denominados Gnósticos e Maniqueísmo Dualistas, A Imperadora era defensora do culto com ícones (imagens), os Paulacianos porem negavam-se ao uso de imagens, rejeitavam cultos aos santos e culto a Maria.

Após as perseguições os então denominados hereges Paulacianos expandiram-se para os Balcãs oceidentais, dando a possível origem aos Bogomilos a segundo crêem alguns historiadores posteriormente originaram os Albigenses nos Alpes do sul da França ao se unirem com os "hereges" que lá residiam.

Nos registros do século XII no ano de 1.116 d.c, um grupo que se denominava Paulaciano desembarcou na Inglaterra, sendo então perseguido pelo Imperador Henrique II que ordenou que fossem ferreteados na testa e expulsos do território Inglês. Alguns teólogos e historiadores pertencentes à Igreja Batista afirmam que os Paulacianos eram os "Batistas antes da Reforma".

As ultimas fontes escritas encontradas sobre os Paulacianos foram no final do sec.XIX, um livro chamado "A Chave da Verdade" que provavelmente fora escrito por eles no sec VI d.C, o livro não evidencia ligações doutrinarias entre Paulacianos e Maniqueistas ou Gnósticos e contraria os arquivos das perseguições que afirmam acusações contra eles de Gnosticismo e Maniqueismo

domingo, 6 de setembro de 2009

Adventistas do 7º dia


História da Igreja

Em apenas um século e meio a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem crescido de um punhado de pessoas, que diligentemente estudaram a Bíblia em procura da verdade, para uma comunidade mundial de mais de oito milhões de membros e, outros milhões, que consideram a Igreja Adventista seu lar espiritual. Doutrinariamente, os Adventistas do Sétimo Dia são herdeiros do supradenominacional movimento Milleriano da década de 1840. Embora o nome “Adventista do Sétimo Dia” tenha sido escolhido em 1860, a denominação não foi oficialmente organizada até 21 de maio de 1863, quando o movimento incluia cerca de 125 Igrejas e 3.500 membros.

Entre 1831 e 1844, Guilherme (William) Miller - um pregador Batista e ex-capitão de Exército da Guerra de 1812 - lançou o grande despertar do segundo advento, o qual eventualmente se espalhou através da maioria do mundo cristão. Baseado em seu estudo da profecia de Daniel 8:14, Miller calculou que Jesus poderia retornar a Terra em 22 de outubro de 1844. Quando Jesus não apareceu os seguidores de Miller experimentaram o que veio a se chamar “O Grande Desapontamento”.

A maioria dos milhares que haviam se juntado ao movimento, saiu em profunda desilusão. Uns poucos no entanto, voltaram para suas Bíblias para descobrirem porque eles tinham sido desapontados. Logo eles concluíram que a data de 22 de outubro tinha na verdade estado correta, mas que Miller tinha predito o evento errado para aquele dia. Eles se convenceram que a profecia bíblica previa não o retorno de Jesus à Terra em 1844, mas que Ele começaria naquela data um ministério especial no céu para Seus seguidores. Assim, eles continuaram a esperar pelo breve retorno de Jesus, como fazem os Adventistas do Sétimo Dia ainda hoje.

Deste pequeno grupo que se recusou a desistir depois do grande desapontamento, surgiram vários líderes que construíram a base do que viria a ser a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Destacam-se dentre estes líderes um jovem casal - Tiago e Ellen White - e um capitão de navio aposentado, José Bates


Este pequeno núcleo de “adventistas” começou a crescer - principalmente nos estados da Nova Inglaterra na América do Norte - aonde o movimento de Miller havia começado. Ellen White, apenas uma adolescente na época do grande desapontamento, desenvolveu-se em uma dotada escritora, oradora e administradora, se tornando, e permanecendo, a conselheira espiritual de confiança da família Adventista por mais de 70 anos até sua morte em 1915. Os primeiros Adventistas vieram a acreditar - como têm os Adventistas desde então - que ela desfrutou da direção especial de Deus enquanto ela escrevia seus conselhos para o crescente grupo de crentes

Em 1860, em Battle Creek, Michigan, EUA, um punhado de congregações de Adventistas escolheram o nome Adventista do Sétimo Dia e em 1863 organizaram formalmente o corpo da Igreja com um número de 3.500 membros. No princípio, a atuação foi em grande parte limitada a América do Norte, até 1874 quando o primeiro missionário da Igreja, John Nevins Andrews, foi enviado para Suíça. A obra na África foi iniciada timidamente em 1879 quando Dr. H. P. Ribton, um recente converso na Itália, se mudou para o Egito e abriu uma escola, mas o projeto terminou quando tumultos começaram a surgir nas vizinhanças. O primeiro país cristão não-protestante a receber a Igreja foi a Rússia, aonde um ministro adventista foi enviado em 1886. Em 20 de outubro de 1890, a escuna Pitcairn foi lançada em São Francisco e logo designada para levar missionários para as ilhas do Pacífico. Missionários Adventistas do Sétimo Dia entraram pela primeira vez em países não-cristãos em 1894 - Costa Dourada (Gana), oeste da África, e Matalbeleland, África do Sul. No mesmo ano missionários vieram a América do Sul, e em 1896 havia representantes no Japão. A Igreja hoje tem atuação estabelecida em 209 países.

A publicação e distribuição de literaturas foram os principais fatores no crescimento do movimento do Advento. A ‘Advent Review’ e o ‘Sabbath Herald’ (hoje ‘Adventist Review’), órgão geral de comunicação da Igreja, foram lançados em Paris, Maine, em 1850; o ‘Youth’s Instructor’ em Rochester, Nova Iorque, em 1852; e o ‘Signs of the Times’ em Oakland, Califórnia, em 1874. A primeira Casa Publicadora denominacional em Battle Creek, Michigan, começou a operar em 1855 e foi devidamente incorporada em 1861 com o nome de Associação de Publicação Adventista do Sétimo Dia.

O Instituto de Reforma da Saúde, conhecido mais tarde como Sanatório Battle Creek, abriu suas portas em 1866, e a obra da sociedade missionária foi estabelecida a nível estadual em 1872, e 1877 viu a formação das Associações das Escolas Sabatinas em todo o Estado. Em 1903, a sede da denominação se mudou de Battle Creek, Michigan, para Washington, D.C., e em 1989 para Silver Spring, Maryland, aonde ela continua a formar o nervo central do trabalho sempre em expansão.






I - Origem e História dos ASD.


1) A Segunda Vinda de Cristo Segundo os ASD.

Inicialmente foi fixada data de 21/03/1843, sobre a seguinte doutrina:
O Cristo voltará de maneira pessoal e visível nas nuvens do céu, por volta do ano 1843;
Os justos ressuscitarão incorruptíveis e os vivos serão transformados para a imortalidade, sendo levados para reinar com Cristo na "nova terra";
A terra será destruída pelo fogo;
Os ímpios serão destruídos, e seus espíritos, conservados em prisão até sua ressurreição e condenação;
O milênio ensinado na bíblia eram os mil anos que se seguiram à ressurreição.
Nada acontecendo, a data foi mudada para 21/03/1844.
Novamente a data fora mudada, agora para 22/10/1844.
2) O Cálculo do Dia do Arrebatamento

Como Willian Miller chegou à data de 21/03/1843?
Obs.: Tudo foi baseado num estudo errado de Dn 8.14.

O santuário era a terra;
A purificação se faz pelo fogo, logo, a terra seria purificada pelo fogo da vida de Jesus (2Pe 3.9,10);
As 2300 tardes e manhãs foram interpretadas como dias, valendo cada dia um ano;
O ponto de partida era o ano 457 AC (cf. Dn. 9.25 e Ed. 7.11-26);
Quando não se deu a volta de Jesus em 1843, aumentou-se um ano, considerando que tinham decorrido apenas 2.299 anos de 457 AC até 1843, ficando assim 22/10/1844 como data definitiva.
2.1. A Interpretação Correta de (Dn. 8.14)

O carneiro com duas pontas (v.3) representava o rei da Média e Pérsia (v.20);
O bode (v.5) representava o rei da Grécia (v.21);
A derrota que o pode infringiu ao carneiro representava a vitória da Grécia sobre a Média e Pérsia;
A quebra da ponta notável e o surgimento das outras quatro pontas do bote (v.8) indicam a morte de Alexandre, o Grande, e a posterior divisão do Reino entre seus quatro generais (v.22);
A ponta pequena que saiu de uma das pontas (v.9 - um rei feroz de cara - v.23), e Antíoco Epifânio (v.11-12);
Antíoco Epifânio, governador da Síria entre 175 e 164 AC, profanou o santuário (v.11) e substituiu os sacrifícios prescritos na lei por sacrifícios pagãos (vd. 1 Mb 1.21-24; cf Nm 28.1-3);
O santuário foi purificado depois de 1150 dias, ou seja, os 2300 tardes e manhãs (cf. 1 Mb 4.36-58).


II - O Juízo Investigativo - ou Redenção Incompleta

" Antes que se complete a obra de Cristo para a retenção do homem, há também uma expiação para tirar o pecado do santuário. Este é o serviço iniciado quando terminaram os 2300 dias. Naquela ocasião, conforme fora predito pelo profeta Daniel, nossos Sumo Sacerdote entrou no Lugar Santíssimo para efetuar a última parte de sua solene obra - purificado o Santuário ( O Conflito dos Séculos, p.240)."

Refutação:

Há aí um erro triplo: o tempo, o lugar e a obra de redenção.

O tempo: usando sua forma de interpretação para as 2300 tardes e manhãs de Dn 8.14 seria 445 AC (cf. Ne 2.1-8 e Dn 9,25) e não 457 AC o ano para a base de cálculo.
Obs: houveram dois decretos ligados à reconstrução de Jerusalém. Um em 457 AC, de embelezamento do templo e restauração do culto, a cargo de Esdras (Ed 7). O outro foi o da reconstrução dos muros e portanto da cidade, a cargo de Neemias. É deste que deveriam tratar; o qual fora baixado em 445 AC por Atarxerxes Longímano.

2300 tardes e manhãs equivalem literalmente a 1150 tardes + 1150 manhãs, o que equivale a 1150 dias, porque uma tarde e uma manhã eram um dia, no sistema judaico de contar os dias (Gn. 1.5).
1150 dias formam o tempo decorrido entre a profanação do templo por Antíoco Epifânio, e sua purificação por Judas Macabeus, em 165 AC.


O lugar: Jesus entrou no santuário celestial 40 dias após sua ressurreição (At 1.3), e não em 22/10/1844. A epístola aos hebreus, escrita em 63 DC já declarava ter Cristo entrado no Santo dos Santos (Hb 6.19,20; 7.23-28; 8.1,2; 9.1-14,24-26; 10.19,20).
Redenção: a obra de redenção foi realizada de uma vez por todas na cruz; não ficou incompleta. Quando Cristo subiu ao céu ela estava definitivamente terminada (Hb.1.3; 9.24-28)



III - Os Pecados Colocados Sobre Satanás - o Bode Emissário

Quando, portanto, os dois bodes eram postos perante o Senhor no Dia da Expiação, representavam Cristo e Satanás... Satanás não somente arrastou o peso e o castigo dos seus próprios pecados, mas também o peso e o castigo dos pecados das hostes dos remidos, os quais foram colocados sobre ele, e também de sofrer pela ruína de almas por ele causadas". (O Ritual do Santuário, pp. 168 e 315).

Como sacerdote, ao remover dos santuários os pecados, confessava-os sobre a cabeça do bode emissário, semelhantemente Cristo porá esses pecados sobre Satanás, o originador e instigador do pecado... quando Cristo, pelo mérito de seu próprio sangue, remover do santuário celestial os pecados de seu povo, ao encerrar-se o seu ministério, ele os colocará sobre Satanás que, na execução do juízo, deverá arrostar a pena final" (O Conflito dos Séculos, pp. 421 e 489).

Refutação:

Segundo o ensino dos ASD:
Satanás terá de levar sobre si os pecados dos remidos e expiá-los, tornando-o assim co-redentor.
O próprio Satanás terá de ser um dia aniquilado para que os pecados dos crentes sejam também cancelados.


Segundo o ensino da Bíblia:
Os nossos pecados foram colocados sobre Jesus (Jo 1.29; 1Pe2.24; Is 53.4-6,11; Mt 8.16,17; 1Pe 3.18).
Satanás será castigado pelos seus pecados (Mt 25.41).


Analizando Lv 16.5,10:
São apresentados dois bodes para expiação dos pecados;
Não era só o bode expiatório que fazia expiação pelo pecado. Eram os dois bodes (Lv 16.10).
Azazel pode ser traduzido por "afastamento", "remoção" ou "emissário".


IV - O Sono da Alma ou a Imortalidade e Incondicional



"O que o homem possui é o 'fôlego de vida' (do que dá animação ao corpo), que ele é retirado por Deus, quando expira. E o fôlego é reintegrado no ar, por Deus, mas não é entidade consciente ou homem real como querem os imortalistas" (Sutilezas do Erro, pp. 217).



Refutação:

O espírito não morre, nem dorme com a morte do homem (Mt 10.28; Ec 12.17).
O espírito separa-se do corpo por ocasião da morte do homem (Lc 20.37,38; 23.43; At 7.59).
O espírito continua vivo, inconsciente, e com todas as suas faculdades ativos depois da morte, seja ímpio o justo (Lc. 16.19-31; Ap 6.9-11; 2Co 5.6-8; Hb 12.23; 2Co 12.2-4; Fp 1.21-23).
Dormir refere-se ao corpo (Mt 27.52) e não à alma (Dt.34 5,6; comp. Mt.17.1-3).


V - A Guarda do Sábado



Segundo a senhora Hélen White disse ter recebido uma "revelação", segundo a qual Jesus descobriu a arca do concerto e ela viu dentro as tábuas da lei. Para sua surpresa, o quarto mandamento estava no centro, rodeado de uma auréola de luz. (lv. Adventistas p. 42).

Refutação:
O Novo testamento repete pelo menos:
50 vezes o dever de adorar só a Deus;
12 vezes a advertência contra a idolatria;
4 vezes a advertência para não tomar o nome do Senhor em vão;
6 vezes a advertência contra o homicídio;
12 vezes a advertência contra o adultério;
6 vezes a advertência contra o furto;
4 vezes a advertência contra o falso testemunho;
9 vezes advertências contra a cobiça.
Em nenhum lugar no entanto é encontrado no N. T. o mandamento de se guardar o sábado.



Jesus Violou o Sábado.

Teve seu nascimento prometido segundo a lei (Dt. 18.15);
Nasceu sob a lei (Gl. 4.4);
Foi circuncidado segundo a lei (Lc 2.21);
Foi apresentado no templo segundo a lei (Lc. 2.22);
Ofereceu sacrifício no templo segundo a lei (Lc 2.24);
Foi odiado segundo a lei (Jo 15.25); de
Foi morto segundo a lei (Jo 19.7);
Viveu, morreu e ressuscitou segundo a lei (Lc 24. 44,46); a
Apesar de ter cumprido toda a lei, foi perseguido por causa do sábado (Jo 5.16-18).

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Seitas



Seita (< latim secta = "seguidor", proveniente de sequi = "seguir") é um conceito utilizado para designar, em princípio, simplesmente qualquer doutrina, ideologia ou sistema que divirja da correspondente doutrina ou sistema dominante (ou mais de um, quando for o caso), bem como também para designar o próprio conjunto de pessoas (o grupo organizado ou movimento aderente a tal doutrina, ideologia ou sistema), os quais, conquanto divergentes da opinião geral, apresentam significância social.
Usualmente conecta-se o termo à sua significação específica (stricto sensu) apenas religiosa, com o que por "seita" entende-se, a priori e de ordinário, imediatamente "seita religiosa". Porém, tal nexo causal não é imperativo, pois nem sempre uma seita está no domínio religioso.

Índice
1 Considerações filosóficas
2 Etimologia
3 Seita religiosa
4 No dealbar do III milênio
5 Ver também

Considerações filosóficas
Seja qual for a sua inserção semiológica, imprescindível é saber que seita, como ideologia ou como grupo que a professa, está colocada em desfavor no jogo do poder, face ao(s) detentor(es) da dominação. Isso vale em religião, política, ou outra qualquer expressão humana.
Seita é conceito sempre relativo em termos circunstanciais de espaço-tempo e de grau de abrangência cultural e/ou populacional.
Além disso, é conceito dinâmico, pois o que é seita num dado lugar, num dado momento histórico e para dada abrangência cultural e/ou populacional, pode vir a ser a ideologia dominante numa outra circunstância (espaço-tempo, cultura etc. diferentes, subsequentes).
O conceito essencial de seita conecta-se com o de heresia, já que este significa o conjunto de idéias que, em princípio e face às consideradas dominantes, destas divergem e devem, portanto, ser rejeitadas. A questão da rejeição é, naturalmente, tão pura e simplesmente, apenas imposição do poder da estrutura ideológica que está no domínio.


Etimologia
A palavra seita provém do latim secta (de sequi, que significa seguir), um curso de acção ou forma de vida, designando também um código comportamental ou princípios de vida ou ainda uma escola de filosofia ou doutrinas. Um sectator é um guia leal, aderente ou seguidor.

As palavras sectarius ou sectilis referem-se também ao corte ou acto de cortar, embora a etimologia da palavra não tenha semelhança alguma com a definição moderna que lhe é dada dentro do contexto atual.


Seita religiosa
Seita designa um grupo de pessoas (um movimento) que professam nova ideologia divergente daquela da(s) religião(ões) que são consideradas dominantes e ou oficiais, geralmente dirigidos por líder com características de personalidade consideradas carismáticas, mas ainda com fraco ou pouco reconhecimento geral por parte da sociedade. Mas, já se viu, a questão do reconhecimento é tão-apenas relativa.

Em oposição, o termo denominação religiosa é utilizado para designar os movimentos com reconhecimento geral na sociedade, embora, no Islão, os grandes grupos de seguidores wahhabis, xiitas e sunitas sejam considerados por muitos como seitas.

Muitas das chamadas "seitas" desmembram-se, cessam ou mudam de direção ideológica e/ou doutrinária com o desaparecimento dos seus líderes. Outras vezes, na ampla dinâmica histórica, aqueles outrora ditos "seitas" passam a assumir posição de domínio.

Do ponto de vista legal, os estados ocidentais passam a reconhecer as seitas religiosas como denominações religiosas quando estas obtêm registro oficial como pessoa jurídica, embora a perseguição religiosa e as injunções de manipulação de poder nem por isso se extingam. Com efeito, têm sido uma prática constante ao longo dos tempos para os grupos considerados como seitas.


No dealbar do III milênio
Seita, na significação mais coloquial, diz respeito a tudo aquilo que é socialmente inaceitável, onde vigora o fanatismo, o culto a personalidade, a lavagem cerebral, como o que aconteceu com a seita do Reverendo Moon e Pyotr Kuznetsov, o líder da seita russa que levou os seus seguidores para uma caverna em 2007 para aguardarem o fim do mundo, até o extremo em que todos ameaçavam cometer homicídio. Em geral estes pequenos grupos são fechados, tem rituais secretos e não respeitam a leis do pais em que vivem.

Um outro aspecto polêmico da palavra seita é quando alguém se arroga no direito de prestar uma desinformação a opinião pública, chamando de seita denominações religiosas organizadas tradicionais e com grande identidade religiosa e cultural na história recente da humanidade. Para tal, tomando por bases, unicamente suas convicções religiosas para julgar, criticar, perseguir, discriminar e tentar convencer aos adeptos de outras religiões, que todos estão errados menos os que compactuam com seus pontos de vistas fechados e isentos de alteridade - justamente aquela qualidade que respeita ao outro e valoriza a diversidade de opiniões, de crenças e a liberdade de pensar. Se ponderarmos sobre o significado de seita no dicionário brasileiro Houaiss: "Sociedade cujos membros se agregam voluntariamente e que se mantém à parte do mundo." infere-se que existem muitos grupos que podem até vir a ser considerados um tipo velado de seita, dedicada a conquistar corações e mentes para propósitos questionáveis como por exemplo: criticar e atacar outras manifestações religiosas, tentando achar "defeito e erros" doutrinários e, o pior: tentando "salvar" as pessoas de suas própria liberdade de escolher no que ela deseja confiar e crer. Tal tipo de perseguição não encontra espaço no dealbar do III Milênio - na era da tecnologia da informação e na era da construção colaborativa do conhecimento. Hoje há diversidade em tudo até na opção de ter ou não uma religião, crer ou não em Deus, enfim cada escolha é um exercitar da liberdade de consciência individual. Graças aos esforços pelo saber colaborativo, tudo o que é dito ou escrito na web aqui ou acolá, pode ser rapidamente confirmado, on line, ao clicar do mouse. A ditadura do consenso está cedendo lugar ao espraiar do conhecimento e a uma seletividade natural pela informação correta - esta sobrevive enquanto a informação falsa fenece pelo seu caráter de desinformação.


Num olhar cristão fraternal, em relação a todas as igrejas, denominações cristãs, e demais expressões da religiosidade brasileira, num pais de um profundo sincretismo religioso, (mais de 30 denominações religiosas) que tem seu registro constituído legalmente nos órgãos públicos competentes e que mantem suas sedes, ou igrejas abertas ao público em geral, não está coerente, nem é moral, nem correto, serem taxadas de seita, no sentido pejorativo desta palavra. Pelo princípio da alteridade todos tem que ser respeitados à luz do direito constitucional da liberdade de culto religioso e no quesito da tolerância, a lei Federal LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989, conhecida como lei Caó, está ai para tipificar o crime de discriminação religiosa e estabelece punição no seu "Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa."

Respeitar o direito do outro de ter a sua liberdade de consciência e de expressar sua religiosidade é um imperativo moral e ético. A observação deste princípio é uma pedra fundamental para convivência pacífica. É um dos pilares da vida democrática e um elemento que promove a civilidade e a humanidade em contraposição à intolerância, a crítica, ao preconceito e toda a forma de discriminação. O Brasil tem avançado muito, um exemplo foi a promulgação do dia 21 de Janeiro como sendo o "Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa".

sábado, 4 de julho de 2009

Heresias






Escultura de Gustaf Vasakyrkan em Estocolmo "Os santos triunfam sobre a heresia".Heresia (do latim haerĕsis, por sua vez do grego αἵρεσις, "escolha" ou "opção") é a doutrina ou linha de pensamento contrária ou diferente de um credo ou sistema de um ou mais credos religiosos que pressuponha(m) um sistema doutrinal organizado ou ortodoxo. A palavra pode referir-se também a qualquer "deturpação" de sistemas filosóficos instituídos, ideologias políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos, ou outros. A quem funda uma heresia dá-se o nome de heresiarca.

O termo heresia foi utilizado primeiramente pelos cristãos, para designar idéias contrárias à outras aceitas[1], consideradas como "falsas doutrinas". Foi utilizado especialmente pela Igreja Católica e as Igrejas Protestantes, estas argumentam que heresia é uma doutrina contrária à Verdade que teria sido revelada por Jesus Cristo, ou seja, eles acreditam ser uma "deturpação, distorção ou má-interpretação" da Bíblia, dos profetas e de Jesus Cristo. A própria Bíblia fala sobre a "aparição de heresias", "idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias," (Gálatas 5:20).

Por exemplo, os cátaros da França adoravam dois deuses (um do Bem, que seria Jesus Cristo, e outro do Mal)[1], porém os outros cristãos argumentaram que na Bíblia existe só um Deus, por conseqüencia, este culto foi considerado uma heresia. Embora o termo seja utilizado até a atualidade, está associado à Idade Média, bem como os crimes cometidos pela Inquisição e Caça às Bruxas, atualmente estas igrejas admitem que sua conduta estava errada ao punir com violência a heresia.[2]

Índice
1 Heresias religiosas
1.1 Heresia no cristianismo
1.2 Heresia na Igreja Católica


1 - Heresias religiosas

1 1. Heresia no cristianismo
Desde Jesus Cristo (Jo 17,21) passando por todos os apóstolos, especialmente São Paulo, existe um impulso para estabelecer unidade no cristianismo. A primeira forma de demonstração desse impulso foi a manutenção da unidade em torno de Pedro. Se há um só Deus, que se revelou em Jesus Cristo, que fundou Sua única Igreja (Mt 16,18) e se Jesus Cristo mesmo diz que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, não podem existir outras verdades verdadeiras.

No início não havia uma Igreja organizada, como hoje e desde o tempo de Jesus, entre seus discípulos, sempre existiram controvérsias doutrinárias e disciplinares, como se vê em At 15, 1-5. Havia grupos em Roma, no Oriente e norte da África, que sob influência helenística, zoroastrista e de convicções pessoais, que queriam adaptar a doutrina de Jesus às suas idéias. Tais foram os grupos dissidentes ou heréticos fundados por Donato, a gnose de Marcion (o "Primogênito de Satanás"), Montanus, Nestório, Paulo de Samósata e Valentinus entre outros. Os escritos de Tertuliano contra os heréticos e o "Contra as heresias" de Ireneu foram respostas às heresias. O Concílio de Nicéia foi convocado pelo imperador Constantino devido a disputas em torno da natureza de Jesus "não criado, consubstancial ao Pai". Na Santíssima Trindade, as três pessoas têm a mesma natureza, ou seja, a divina.

A partir de 325, algumas verdades do Cristianismo foram estabelecidas como dogma através de cânones promulgados pelo concílio de Nicéia, dentre outros. O Credo Niceno-Constantinopolitano esclarecia os erros do arianos que negava a divindade de Jesus. Foi usado por Cirilo para expulsar Nestório.

O sacerdote espanhol Prisciliano de Ávila foi o primeiro a ser executado por heresia, 60 anos após o Concílio de Nicéia (em 385), sob o protesto de Martinho, Bispo de Tours, que não aceitava o “crime novo de submeter uma causa eclesiástica a um juiz secular”.

Uma das linhas que foi condenada como heresia eram as que divergiam da afirmação de que Cristo era totalmente divino e totalmente humano, e que as três pessoas da Trindade são iguais e eternas. Este dogma (Um só Deus em Três Pessoas = Três pessoas e uma só natureza divina assim como existem bilhões de pessoas e uma só natureza humana) só foi estabelecido depois que Ário o desafiou.


1 - 2. Heresia na Igreja Católica
Historicamente, houve muitos que discordaram dos dogmas da Igreja. Eram considerados hereges quando se tornavam uma ameaça à unidade e porque contrários à Verdade ensinada por Jesus Cristo e contidas nos Escritos Sagrados. A condenação máxima imposta pela Igreja é a pena de excomunhão e esquartejamento.

É preciso esclarecer que a pena de excomunhão era aplicada e se uma pessoa ficasse mais de um ano excomungada era considerada herege e processada pela Igreja como tal. Geralmente este processo culminava com a sentença da entrega do herege ao braço secular. Corroboram esse raciocínio, não apenas relatos históricos, como também o teor dos sermões realizados pelos padres que se referiam aos crimes do hereges, bem como a presença de autoridades eclesiásticas aos autos-de-fé. Há farta documentação histórica sobre os autos de fé e seus critérios, merecendo destaque a obra "Manual dos Inquisidores" de Nicolau Eymerich e posteriormente modificado, mais ou menos 200 anos após, por Francisco de La Pena.